sábado, 7 de setembro de 2013

Resenha #22 - Réquiem para um assassino

Postado por Unknown - sábado, setembro 07, 2013 - com 1 comentário
Ficha técnica

Título: Réquiem para um Assassino

Autor: Paulo Levy
ISBN: 9788562969058
Páginas: 220
Ano: 2011
Editora: Bússola



Resenha

Após o termino difícil de seu casamento devido à sua carreira, o delegado Joaquim Dornelas se vê numa rotina solitária sem os filhos e a esposa, com apenas seu emprego em foco, então ele segue a vida como pode. Em um dia de caminhada até o trabalho, ele segue por um caminho diferente do habitual, residente de uma pequena cidade litorânea de nome Palmyra, ao andar pela avenida beira mar do município se depara com uma multidão, ao verificar qual o motivo da aglomeração ele vê um corpo estirado na praia, preso até a cintura no barro com os braços estirados como o cristo redentor.

Ao se dar conta que os bombeiros não irão chegar a tempo para retirar o corpo antes de a maré subir, Joaquim mesmo se dirige ao lamaçal e o retira, com isso temos o início do caso que ficou conhecido na cidade como o “Crime do Mangue”. Ao decorrer da história, várias pistas e suspeitos aparecem, diversos fatos e informações sobre o individuo (identificado inicialmente como Zé do Pó) são reveladas. A estória não possui muita ação, ela é quase nula, em apenas algumas passagens ela se torna presente, mas passa de maneira rápida. Os diálogos e pensamentos que fazem o leitor se sentir na pele do delegado são os grandes atrativos que o texto tráz.

O leitor não conseguirá deixar de virar as páginas nesta estória, o enredo além de nos trazer a evolução da solução do caso descrito acima, tem uma ligação pessoal com o protagonista. Vemos a rotina repetitiva apenas surpreendida pelo emprego em que Dornelas tanto é apegado. A narrativa linear e fluída ocorre em grande parte do livro, apenas algumas partes são mais “travadas” para dar mais suspense e explicações aos acontecimentos, as soluções apresentadas fazem sentido e são explicadas por qual processo se deu a conclusão de um fato.

O ambiente é típico de uma cidade brasileira, possui uma descrição boa, dando informações não muito precisas, mas que geram na imaginação do leitor uma cidade com características que a fazem parecer real. Todos os lugares se encaixam e são explicados de uma maneira que junto à descrição de seus habitantes, ganha vida por si só. As pessoas que compõem a cidade complementam tudo dito pela descrição do município, os diálogos se encaixam com os personagens, quando uma criança fala, ela realmente parece ter essas características apenas pela fala, mesmo sem o autor a descrevê-la.

Esta estória é algo que irá surpreender o leitor, grandes reviravoltas são apresentadas, algumas explicações no final do livro podem incomodar alguns leitores por explicar o principal foco da história (as ligações entre o caso e a vida de Dornelas) coisa que o autor deveria deixar para a interpretação do próprio leitor, fazer a obra ganhar mais valor, mas isso não prejudica tudo que esse livro tem a oferecer, uma leitura recomendada para amantes de uma estória de investigação e autodescoberta. 



Boa Leitura.

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Um comentário:

  1. Ricardo, o Paulo deixa claro que não é preciso ação para um bom livro policial. O que ele apresenta é uma história bem construída, com um enredo envolvente e que consegue manter a atenção do início ao fim!

    Abraços, Isabela.
    www.universodosleitores.com

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